sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Meu milagre




Aos 30 anos depois de viver alguns sonhos decidi que queria realizar mais um, ser mãe. Eu pensei que fosse como uma receita de bolo que você segue o "passo a passo" e pronto, após todo o preparo lá está um bolo quentinho e gostoso. Na verdade, não foi bem assim. Eu busquei seguir a receita e o primeiro passo foi ir ao médico, exames e mais exames, resultado - um útero virado e possível endometriose - o diagnóstico: ser mãe poderia ser mais difícil do que imaginei. 

Tive medo. 

Relutei contra a razão e repreendi qualquer impossibilidade, decidi acreditar na promessa que um dia, em meio às brincadeiras de mamãe e filhinha, recebi de Deus. Eu confesso que o Google não me ajudou muito, decidi não ler mais sobre o assunto. Em momento íntimo com Deus eu finalmente me rendi e entreguei o meu ventre ao Senhor, em meio à lágrimas de fé eu lutava contra a razão e a medicina, foi um sofrimento silencioso, não comentei com muitas pessoas, tinha vergonha de como seria vista, não queria piedade, queria ter uma experiência com Deus.

Um dia estávamos em São Paulo, em mais uma Convenção G12 que todos os anos participamos, eu já estava indo embora quando me perdi do marido, fiquei por alguns minutos tentando encontrá-lo, quando a Pra. Cláudia disse que faria uma oração final e começou a orar pelas famílias, casais, filhos, etc. Ao final, pediu que colocássemos a mão no ventre e repreendeu toda esterilidade física e espiritual, aplicando o sangue de Jesus. Naquele momento, eu sabia que precisava ir embora, mas sabia que precisava daquela oração, então parei em frente aquele altar e orei. Ali parecia que só era eu e Deus e mais ninguém, nesse dia, tenho convicção, recebi o meu milagre, saí daquele lugar diferente, encontrei meu marido, fomos para o hotel e voltamos para casa.

Aparentemente tudo estava igual, mas dentro de mim havia fé e então descansei, pensar em um bebê e ver uma mulher grávida não era mais difícil, eu me imaginava com um barrigão e sorria sozinha. Meu marido sempre acreditou e sempre me dizia: Deus prometeu, confia. Então, eu decidi confiar.

Pouco tempo passou. Um belo dia passei muito mal e acabei indo para o hospital, estava com uma infecção e então, após alguns exames realizados ainda no pronto-socorro veio a notícia: "parabéns, você será mamãe". Eu disse um "oi?" e meu marido gritou de alegria um "eiiiitttaaa!", foi um susto, um misto de alegria e medo, um frio, um calor. Lembrei da promessa. Lembrei daquela oração poderosa. Dentro de mim meu coração dizia: Deus fiel. Estávamos mais que felizes. Naquele dia fomos para casa a pé, radiantes, imaginando como seria daquele dia em diante, testificando a nossa fé, traçando planos para o futuro e glorificando a Deus já que a gravidez era algo que verdadeiramente não esperávamos que fosse tão rápido. 


Os primeiros exames que faria para diagnosticar a endometriose sequer foram feitos, eu retornei ao médico não para os exames, mas para iniciar o meu pré-natal.

Lembro-me claramente a experiência de ver a minha bebê pela primeira vez na ecografia mexendo seus bracinhos e perninhas, completamente formada e pronta com apenas 10 semanas, emocionante. Veio ao meu coração aquele versículo bíblico que diz: "pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda." Sl. 139:13-16.



Foi um dos melhores dias da minha vida. Como não acreditar num Deus que nos faz gerar vida?

Eu estava tão feliz que parecia até um sonho. Era um sonho realizado. Ainda é, sempre será. Hoje, só há gratidão em meu coração. Obrigada Deus por ser fiel e por me presentear com uma dádiva.







Minha princesa já tem 1 ano e 5 meses, anda para todo lado, tem um vocabulário próprio, é sorridente, muito alegre e espevitada. Essa é a Ana Carolina: Ana quer dizer cheia de graça e Carolina quer dizer mulher do povo, mulher doce. Ela é um amor de menina, simpática e muito carismática, com um sorriso constante no rosto, ela ama fazer amigos e é muito carinhosa. Mamãe ama, papai também. Tesouro precioso do Senhor que estamos amando e cuidando, ensinando no caminho, até Jesus voltar.




P.S. A Convenção G12 foi em 2014, no mesmo ano engravidei e ganhei a minha bebê em maio de 2015. Nesse mesmo ano, em julho, fomos os três à Convenção G12 e lá agradecemos e glorificamos a Deus pelo nosso milagre. Deus é bom, o tempo todo, Deus é bom.

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